Varias duvidas chegam a mim com relação ao exercício físico no período gestacional. Posso ou não posso fazer? Com que freqüência, intensidade?
A gravidez provoca na mulher alterações fisiológicas e psicológicas que merecem ser discutidas. Por volta da 10ª semana gestacional inicia-se o aumento do volume plasmático, provocada pela retenção hidrossalina. O aumento da volemia produz um aumento do fluxo cardíaco, aumentando o volume de ejeção sistólica, e, especialmente a partir do sexto mês de gravidez, ocorre um aumento da freqüência cardíaca, em torno de 10 a 15 batimentos por minuto, ocasionado pela queda da resistência periférica
A modificação corporal básica que ocorra na gravidez é o aumento uterino. Até, por volta da 10ª semana, o útero ainda está restrito à cavidade pélvica, mas a partir daí, seu aumento se evidencia sobre a parede abdominal. Durante a gravidez ocorre a expansão torácica, pelo relaxamento dos ligamentos intercostais e ascensão do diafragma pelo crescimento uterino, que resulta no aumento da capacidade inspiratória, no decorrer da gravidez, em até cerca de 300 ml. Modificações no nível de ventilação por minuto estão relacionadas a um aumento do volume corrente e da freqüência respiratória (ARNONI, 1996).
Para HANLON (1999), a modificação postural é um mecanismo compensatório, que tende a minimizar os efeitos ligados ao aumento de massa e distribuição corporal na gestante. Por exemplo, a hiperlordose lombar deve-se à distensão dos músculos da parede abdominal e à projeção do corpo para frente do centro de gravidade. Devido ao acréscimo do volume uterino no abdome.
Nos últimos meses de gravidez, as mulheres tendem a projetar os ombros para frente, arqueando mais que o normal a curva das costas, para encontrar um equilíbrio postural. Podem aparecer, assim, dores nas costas, pelo excessivo esforço das fáscias musculares, sendo, portanto, um fator negativo ficar por longo tempo em pé em posição fixa, ou carregar pesos.
As articulações dos joelhos e dos tornozelos tornam-se menos estáveis, e as da coluna vertebral e do quadril alcançam uma mobilidade que, apesar de modesta, expõe a musculatura dessas regiões a maior tensão.
As lesões ortopédicas, que ocorrem freqüentemente durante a gravidez podem ser devido ao hiper-relaxamento ligamentar, como também as modificações no equilíbrio da mulher. Desse modo, a hiperlordose lombar aumenta particularmente o risco de hérnia de disco
Os exercícios para gestante deveriam incluir a combinação de atividades aeróbias envolvendo grandes grupamentos musculares e atividades que desenvolvessem força de determinados músculos. Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa ajudar no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta, cada vez mais, o seu peso (BARROS, 1999).
Atualmente, muitos obstetras estimulam suas pacientes a realizarem atividades físicas, pois acreditam que quando uma gestante realiza exercícios durante a gravidez ela estará menos propensa a ter dificuldades durante o trabalho de parto e o nascimento do bebe. Uma vez que os exercícios ajudam a e tonificar os músculos que serão usados durante o trabalho de parto. A gestante sedentária, deve receber uma atenção especial no acompanhamento fisioterapêutico, através de implantação de programas de exercícios leves, para não sobrecarregar seu sistema cardiovascular.
O tipo, especificamente, de exercício depende de como esta mãe se comportava antes do período gestacional. Se, já tinha uma vida ativa continuaremos com os mesmos exercícios com a intensidade diminuída. Existem casos de futuras mamães fisiculturistas que treinaram pesado durante este período sem alterações no feto, claro, que as mesmas eram consideradas muito ativas.
Agora aquelas mães que são sedentárias, o profissional deve esperar a liberação do medico obstetra para o inicio de atividades de baixa intensidade, normalmente, este período se da por 3 meses.
A gravidez, embora não seja uma doença, é um período que envolve diversas modificações no organismo materno. A atividade física pode trazer riscos para mãe como: hipoglicemia, hipertermia e lesões músculo esquelética, mas também apresenta benefícios como: melhor sensibilidade à insulina, melhor controle da gordura corporal, interações psicossociais e eventual facilitação do trabalho de parto. Já no feto o exercício pode diminuir o fluxo sanguíneo para a placenta, e também causa hipertermia e hipoglicemia, mas pode oferecer a diminuição dos riscos de parto.
O exercício físico neste período necessita de cuidados e de um profissional habilitado para prescrever e orientar... o profissional de Educação Física poderá ajudar nisso. Procure!!